domingo, abril 22, 2007
terça-feira, março 20, 2007
quarta-feira, março 14, 2007
Bloc Party
terça-feira, março 13, 2007
Uma Família às Direitas
segunda-feira, março 12, 2007
domingo, março 11, 2007
Jamo
Jason Moran, pianista culto e proficiente, tem uma obra atravessada por este problema e ainda não sabe como o resolver. Uma obra feita de remendos, aqui brilhante, ali frustrada com a época que atravessa. Noutras ainda, arrisco dizer, genial. O concerto do passado dia 6 no CCB representou bem essa encruzilhada. Tecnicamente melhor do que nunca e cada mais entrosado com os seus companheiros, Moran ainda foi bastante do que lhe conhecemos e distinguimos: um hermeneuta do gospel pós-Monk de acordo com Byard, Abrams, Hill e Nichols, versado em Schubert, Berg, James P. Johnson e Nino Rota.
No entanto, são agora mais claros os sinais de uma besta que já está em si desde o início – é só voltar a ouvir a notável discografia -, uma personalidade musical insatisfeita com os próprios constrangimentos do que se entende por música, pelo menos fora do circuito conceptual. Não é por acaso a referência à filósofa/artista Adrian Piper: o seu discurso é a base rítmica e tímbrica utilizada em “Artist Ought to Be Writing/Break Down” como forma de ultrapassar os condicionalismos da previsibilidade do que “não se deve fazer” e é sempre feito. Moran volta à ideia em “Ringing My Phone”, aqui utilizando o falar cantarolado informal de uma mulher turca. Ao nos abstrairmos dos sons que lhe dão origem, ficamos espantados pela diferença de resultados desta técnica.
Outras estranhas ocorrências: clusters na interpretação de “Body and Soul/Planet Rock”, uma espécie de gaguez sobre a melodia; “Arizona Landscape”, leitura straight de um belo tema para pianola de saloon; o bizarro – em Moran – cruzamento de Radiohead com The Bad Plus em “He Puts On His Coat and Leaves”, uma melodia harmonicamente simples repetida ininterruptamente, em crescendo e diminuendo.
Nasheet Waits, o baterista, é um espectáculo por si só. Músico de formidáveis recursos, à vontade entre o free e a soul, fã do “contrarritmo” (à falta de melhor palavra para definir “aquela” forma de polirritmia), é o companheiro ideal da visão universalista de Moran. Nem sempre entendo as contribuições de Tarus Mateen, o baixista, não sei se por uma questão de ignorância ou sentido estético. O seu papel não é de simples âncora rítmica - isso seria ultrapassado e desnecessário, dado o autêntico metrónomo que é a mão esquerda de Moran. Contudo, não se discerne a importância do seu papel, nem como solista, nem como segunda voz. Há momentos em que o som algo peculiar do seu baixo é até intrusivo.
Nem tudo resulta, nesta tentativa de abraçar métodos e ideias oriundos de outras artes performativas e conceptuais. Que isso não interessa, também sabemos. Resta-nos esperar que Moran se mantenha focado naquilo que deve explorar enquanto músico (algo a que pareceu dar importância quando falou) e não se deixe vogar por um “pan-estilismo” que pode impressionar, mas, necessariamente, não responde aos seus fantasmas.
sábado, março 10, 2007
domingo, março 04, 2007
sábado, março 03, 2007
Há Festa na Aldeia
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Praça de Táxis
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Mamma Mia
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Morricoroternsteinalamenti
domingo, fevereiro 25, 2007
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Remix Ensemble
E assim foi, até há coisa de duas semanas, quando um jornalista musical resolveu ouvir um disco de Hatto no seu I-pod e este reconheceu a faixa, não como uma interpretação da inglesa, mas do pianista húngaro Laszlo Simon. O resto é arqueologia pós-moderna para audiófilos, uma modalidade de duvidoso futuro. Ashkenazy, Bronfman, Grante, Muraro, Collard, entre outros, passaram a ser, além de músicos reputados, pequenos heterónimos da genial fraude discográfica Hatto/Coupe. Nalguns casos – não todos -, as gravações originais foram alteradas, para parecerem mais rápidas ou mais lentas, o que certamente prolongará por algum tempo decifração completa da charada.
Nada de novo? Pois. É só que, às vezes, perco o interesse na espécie humana e encontro nestes exemplos algo de muito inspirador (e que raramente vejo na música erudita actual): a capacidade de criar. Não admira que os críticos tenham sido enganados.
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Cinema Puro
domingo, fevereiro 18, 2007
sábado, fevereiro 17, 2007
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
Um País em Saldos
Contamos com a sua visita, para lhe dar-mos a conhecer as novidades desta estação.
Salvo erro, era o MEC que dizia que não faz muito sentido ser conservador num país com tão pouco que mereça ser conservado. Verdade. Mas isso - tal como este cartão afectado com a epígrafe The Spirit of Tradition - diz menos do país e mais dos que o conservam.
Post em homenagem a João Fernandes Lavrador, navegador e explorador português.
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
VPV
domingo, fevereiro 11, 2007
Beim Schlafengehen
Beim Schlafengehen (Richard Strauss/Hermann Hesse)
Nun der Tag mich müd gemacht,
soll mein sehnliches Verlangen
freundlich die gestirnte Nacht
wie ein müdes Kind empfangen.
Hände, laßt von allem Tun,
Stirn, vergiß du alles Denken,
alle meine Sinne nun
wollen sich in Schlummer senken.
Und die Seele unbewacht
will in freien Flügen schweben,
um im Zauberkreis der Nacht
tief und tausendfach zu leben.
Por Claudio Abbado e Renée Fleming
sábado, fevereiro 10, 2007
César das Neves Descodificado
«The history of economic thought in the twentieth century is a bit like the history of Christianity in the sixteenth century. Until John Maynard Keynes published The General Theory of Employment, Interest, and Money in 1936, economics—at least in the English-speaking world—was completely dominated by free-market orthodoxy. Heresies would occasionally pop up, but they were always suppressed. Classical economics, wrote Keynes in 1936, "conquered England as completely as the Holy Inquisition conquered Spain.»
É assim que Paul Krugman inicia o seu artigo sobre Milton Friedman publicado na New York Review of Books. Vale a pena ler tudo.
O Erro de Pilatos
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
domingo, fevereiro 04, 2007
Radar Khadafis
Um dos aspectos da vida em sociedade onde mais se nota esta deficiência é a forma como nos comportamos nas estradas. Não me entendam mal, a minha posição relativamente a este assunto é bastante próxima da de Miguel Sousa Tavares: muitos acidentes resultam da má sinalização e construção das estradas e de um policiamento pouco pedagógico, mais preocupado em encher os bolsos do Estado do que propriamente a evitar que vidas se percam. Mas, sem escamotear a importância de qualquer um destes factores, é um facto que conduzimos de forma irresponsável.
O que não posso aceitar é que assumamos em definitivo essa irresponsabilidade e abdiquemos da nossa própria liberdade de fazer bem ou mal. Estou a falar, é claro, dos radares instalados pela Câmara Municipal de Lisboa em avenidas - a certas horas, parecem mais auto-estradas - que disparam automaticamente, sempre que um condutor ultrapassa o limite de velocidade. Ora, se disparam sempre e se, consequentemente, a multa vai sempre para casa, o infractor não tem qualquer hipótese de agir mal sem ser punido. Esta prática é, no meu entender, aterradora.
Dirão vocês que exagero, que se trata de mais um daqueles casos em que os fins justificam os meios. Não estou tão certo disso: com o inevitável progresso tecnológico, não tardará que esta ideia infernal da "punição automática" se aplique a outros aspectos da vida privada e em sociedade. Não há, também, câmaras de video em praticamente todas as artérias de qualquer metrópole? Será que falta assim tanto para que, por exemplo, as casas de cadastrados sejam controladas por olhos electrónicos, de forma a prevenir violência familiar e abusos sexuais de menores? Não existe já um chip que, implantado em crianças, permite aos pais controlar sempre a sua localização?
Já o disse aqui, os maiores ataques à nossa forma de viver virão de nós e da forma como, voluntariamente, escolheremos abdicar dos direitos e responsabilidades que nos competem.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Concertos comentados
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Um livro wendersiano
domingo, janeiro 28, 2007
Onde é que eu já li isto?
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Aborto IV - o exemplo do estrangeiro
Aborto III - TV Marcelo
-Um incómodo momentâneo;
-Uma mudança de residência;
-Uma depressão ligeira;
-Um estado de alma inconstante.
terça-feira, janeiro 23, 2007
Aborto II - Uma Campanha Alegre
Por exemplo, Marcelo, jurista e acrobata circense nas horas vagas, é um dos que falam em "vida humana".
Apreciem os exercícios de contorcionismo que realiza para justificar o injustificável: o nosso Professor não abdica do aborto ilegal, inseguro e insalubre, com respectivas consequências penais. Porquê? Porque a lei que se prepara não contempla um Estado de dedo apontado, pronto a enxovalhar a mulher que aborta. Precioso.
Outro argumento, ausente desta pérola audiovisual, é desmontado pelo brilhante, são e lúcido Tiago Mendes, ex-Aforismos e Afins, no seu novo blog temático.
Aborto I - o argumento da "vida"
A Arte da Ilusão
domingo, janeiro 21, 2007
As vítimas da hipocrisia
A importância de ser livre
«No meu entender, a morte é o fim final, a eliminação total, da mesma forma que acredito que a Terra irá um dia deixar de existir, que o Universo vai deixar de existir, que o Cosmos desaparecerá da mesma forma, e no fim não vai haver nada de nada. E também creio que a vida é uma experiência sem sentido algum, triste e cheia de dor. Penso que a única coisa que nos resta fazer é descobrir a melhor maneira de viver e as melhores razões para nos mantermos vivos. A descoberta está nas escolhas morais que fazemos. O importante é não haver ilusões, porque, como sabemos, é muito mais fácil pensar que estamos a fazer as escolhas morais certas se acreditarmos que existe um paraíso e um inferno, ou se tivermos fé em Deus. Aí, acho que a vida é algo mais fácil. Vendemos a nós mesmos uma mercadoria moral, e é um encanto. Mas, sem essa bagagem, se mesmo assim formos capazes de fazer escolhas morais correctas, nesse momento essas mesmas escolhas ganham uma dignidade significante.»